quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Teatro de los Maestros

Foi à altura de metrópole mundial a abertura oficial do TEATRO BRADESCO quinta-feira à noite, em São Paulo. Parceria do banco com o Grupo Zaffari e a Opus Promoções, o moderno e confortável teatro localizado no interior do Bourbon Shopping São Paulo foi apresentado em um coquetel elegante a um grupo seleto de convidados, artistas, imprensa e autoridades paulistas e gaúchas.

Com capacidade para mais de 1,4 mil lugares, o empreendimento ocupa uma área de cerca de 7 mil metros quadrados – só de palco são 600 metros quadrados, com uma boca de cena de 16 metros de largura e 8,5 metros de altura. Depois dos comes e bebes na entrada, a festa continuou na sala, com o ator Marco Nanini de mestre de cerimônias, introduzindo uma seleção de artistas brasileiros que fizeram saudações ao novo espaço cultural: a atriz Eva Wilma, a bailarina Ana Botafogo (que destacou a adequação do palco para o balé), o coreógrafo Ivaldo Bertazzo, o maestro Isaac Karabtchevsky (conduzindo um palmaço do público para testar e posteriormente aprovar a acústica) e o músico Gilberto Gil (definindo a iniciativa como “gente com administração na mão e dinheiro no bolso que proporciona essa casa para as musas”).

A atriz Bibi Ferreira, depois de explicar por que o teatro é a casa dos artistas, foi quem bateu no chão com um bastão os três sinais que indicam desde Molière o início de um espetáculo. A reverência à tradição artística seguiu com a memorável apresentação do Café de los Maestros, formação que reúne algumas das maiores glórias argentinas do tango, celebrizada pelo documentário homônimo.

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Os tiozinhos emocionaram os convidados interpretando alguns dos grandes clássicos do tango e da milonga, como Por una Cabeza, Milonga de mis Amores, Garufa, Sur e Percal. Desfilaram devagar mas firmes veteranos ícones do gênero da estirpe do cantor Alberto Podestá, do violonista Aníbal Arias, do pianista Osvaldo Requena e dos bandonionistas Ernesto Baffia e Gabriel “Chula” Clausí – músico de 98 anos que se recusou a deixar o palco e tocou um solo além do combinado.

Antes de encerrar com a antológica La Cumparsita, o concerto teve uma dupla de convidados cujos trabalhos buscam valorizar o legado das gerações antigas: o argentino Gustavo Santaolalla (responsável pela reunião do Café de los Maestros e ganhador de dois Oscar como autor de trilhas sonoras) e a brasileira Marisa Monte (divulgadora entusiasmada da Velha Guarda da Portela).

Acompanhados pela “típica” e por dois violonistas (foto), eles cantaram músicas como como a bela A Primeira Pedra e no espírito tangueiro desafiaram as leis antifumo com Fumando Espero, cujos versos dizem que “fumar é um prazer que faz sonhar”.

texto : Roger Lerina

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